segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Histórias de viajantes


Existem muitos mundos ou haverá um só? Esta é uma das 
perguntas mais nobres e elevadas no estudo da Natureza. 
Albertus Magnus, século XIII

Nas primeiras épocas do mundo, os ilhéus julgavam-se os únicos 
habitantes da Terra, ou, se existiam outros, eles não concebiam de que 
maneira poderiam comercializar com eles sendo limitados pelo mar pro-
fundo e imenso; mas tempos depois inventaram os navios... Então talvez 
existiam outros meios inventados para o transporte à Lua... Não temos 
agora nenhum Drake ou Colombo para empreender esta viagem, ou um 
Dédalo para inventar um transporte através da atmosfera. Entretanto, 
não duvido de que o tempo, que ainda é o pai de novas verdades e que 
revelou para nós coisas que nossos ancestrais ignoravam, se 
manifestará na nossa posteridade, naquilo que desejamos agora, mas 
ainda não sabemos. 
— John Wilkins — A Descoberta de um Mundo na Lua, 1638

Podemos nos elevar desta Terra insípida, vê-la do alto e 
considerar-mos se a Natureza deixou todas as suas despesas e luxo 
sobre este pequeno ponto de Sujeira. Então, como Viajantes em cidades 
distantes, será melhor julgarmos aquilo que é feito em casa, saber como 
fazer uma estimativa verdadeira e determinar o valor próprio de todas as 
coisas. Estaremos menos aptos para admirar aquilo que este Mundo 
chama de grande, desprezar nobremente as Frivolidades com que os 
homens em geral dedicam sua Afeição quando soubermos que há uma 
multiplicação de Terras habitadas e embelezá-las como a nossa. 
— Christiaan Huygens, Os Mundos Celestiais Descobertos, c. 1690 

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